segunda-feira, 15 de julho de 2013

Bilhete ao Leitor


Tenho tido pensamentos quietinhos, o que não é do meu feitio. Mas dizem que quando muito se admira alguém, a tendência é refletir o que ela lhe emana. E, que surpresa, o que eu aprendi a espelhar: meu carinho aprendeu a ser assim, quietinho, mas sem diminuir.
Veja bem, caro leitor, se há espaço para identificação: a verdade é que nós somos o produto do que se vive com quem se ama. Não se trata de perder a essência ou o caráter (quando saudável, vale ressaltar), não se anula ou suprime, não se perde a identidade. O amor é positivamente capaz de lavar a alma de tantos vícios, que muitas vezes se acomodam por se acreditar serem natos. Lava-se a alma por tê-la despido para outrem, cuja alma lhe foi mostrada de volta.
Essa beleza íntima às vezes sequer é percebida, de tão sutil. É um fôlego a mais quando antes já se teria explodido; é um sincero pedido de desculpas; é um esforço a mais para devolver a admiração sentida. É pensar no outro antes de pensar em si, mas é também cuidar de si por ser tesouro para o outro.
Portanto, cá estou, com meu temperamento intempestivo, assegurando que a mudança é natural. Trata-se de alimentar e preservar algo mais valioso que todas as superficialidades. Toma-se como premissa aquilo que lhe tocou a alma e deixa-se que ele a enobreça. É tomar para si esse caminho de transcendência e querer fazer com que ele dure pela eternidade.

Paula Braga.

P.s.: "é que, vez ou outra na vida, a gente tem a sorte de encontrar alguém pra vida toda."

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