quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Pensamentos Soltos

Esse post é uma reunião de algumas das minhas frases soltas e meio sem nexo. É uma proposta diferente do restante do meu blog, mas espero que gostem. 



E, se fechar os olhos, ainda posso sentir sua presença.. bem aqui.

Supere os obstáculos da vida como quem tem os dias contados, como quem não pode desperdiçar nenhum segundo. Não deixe um sorriso para o minuto seguinte, pois o minuto seguinte pode ser tarde demais.

Tua ausência é tão sólida quanto este copo de amnésia em minhas mãos.

Eu gosto da madrugada, com seu silêncio e sua escuridão. Ela afeta meus sentimentos, minhas percepções. Desperta o romance adormecido em meu peito.

Meio que sem querer, ouvi a sua voz. E descobri que ela ainda mexe comigo.

É estranho lembrar que não imaginava minha vida sem você. Estranho porque não consigo mais te ver ao lado dessa pessoa que hoje sou, esse produto da dor e do crescimento que seu abondono me proporcionou. 

Já chorei pra te comover, já gargalhei pra te provocar, já me fiz de feliz pra te afrontar. Hoje, porém, vejo que aquele por quem eu me apaixonei não precisava de nada disso para ficar ao meu lado.

Não me arrependo de ter te perdido pra te ver feliz. Não agora. Ter o dever cumprido, a consciência limpa e o coração leve me impede de ter mágoa da tua ingratidão.

Sinceramente, meus amigos merecem palmas. E uma medalha, daquelas de "Honra ao Mérito", pelo dom da paciência.

Minha cabeça guarda uma quantidade de lembranças suficiente para que eu tema os próprios pensamentos.

Não suporto gente confusa. Ou é ou não é. Fica da bobeira, em cima do muro, e acaba perdendo a beleza do imediato. 

Há coisas que são difíceis de dizer. Outras, de calar. E são estas as que me atormentam mais.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Sintonia



“Você sabe que eu estou aqui para ser seu anjo, não é?”
A garota baixinha sorriu, fazendo as lágrimas escorrerem pelo contorno do seu rosto. Ela encarou fixamente aquela figura ao seu lado, que sustentava um olhar reconfortante, transbordando sentimento. Um sentimento verdadeiro, altruísta e incondicional: a amizade.
Talvez ninguém nunca entendesse a sintonia daqueles dois seres, a maneira como se compreendiam, se respeitavam, e, acima de tudo, se amavam. Quem nunca teve um anjo na vida não poderia enxergar o elo que as unia.
A moça mais alta abraçou sua pequena amiga de um jeito protetor, o jeito que ela já se acostumara a fazer. Um abraço de quem tenta isolar quem se ama dos perigos do mundo, de toda a maldade existente no coração das pessoas. Era o gesto mais sincero que compartilhavam, a arma mais poderosa que tinham para afastar a dor dos corações uma da outra. E, naquele momento, era a única maneira de tentar aliviar tamanha aflição.
Depois de várias lágrimas, as duas se soltaram e encaram a paisagem à sua frente. Perderam-se em suas próprias consciências, se perguntando o porquê de tanto egoísmo, tanta falta de consideração no mundo. Era incrível como algumas pessoas mudavam, como a sociedade muitas vezes era egoísta, como era doloroso sofrer uma decepção. Ambas tinham suas dores, suas histórias, seus amores e suas derrotas, mas o importante era a sua ligação, a base emocional que as unia e amparava.
Ao mesmo tempo, elas se deram conta de que, enquanto pudessem compartilhar seus risos e lágrimas, enquanto pudessem confiar seus segredos e enquanto sentissem a enorme necessidade de proteção uma da outra, então, tudo ficaria bem. Não haveria tristeza, dor ou desamor que não fosse superável enquanto seus corações estivessem em sintonia.

Paula Braga.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Vozes



Necessito de um escape para minha cabeça, algum tipo de válvula que, quando acionada, possa me esvaziar a mente... Mas, como não possuo nada do tipo, restam-me apenas as palavras, e é delas que farei uso.
Eis a minha pessoa em mais uma madrugada insone. Mas não se engane, caro leitor: não há silêncio.
Várias vozes me atormentam, vindas, creio eu, da minha memória. Algumas que escuto diariamente, outras que quase não recordo mais. Mas todas juntas, numa mistura louca que me embaralha os pensamentos. Quase todas clamam meu nome, nas mais díspares formas, de modo que me trazem à tona os momentos reais em que foram proferidas.
Dentre elas, há uma em especial. Esta se repete exaustivamente, como se me convidando a mergulhar nas suas profundezas. Não é sadio, porém, que eu aceite o seu convite tão tentador, pois as lembranças que lhe acompanham são tão maravilhosas que chega a ser doloroso o fato de terem partido.
Mas deixe-me ceder apenas mais uma vez...
O vento de abril é nossa única testemunha, e respiro fundo para esconder o acelerar do meu peito. Tão perto, tão avassaladoramente perto... Deita a cabeça no meu colo, e sinto meus dedos se enrolarem aos seus cabelos. Ambos sabemos que pertencemos um ao outro, mas nenhum de nós tem coragem de admitir. Passa-se o que me parece uma eternidade. De súbito, você levanta a cabeça, sorri e diz meu nome.
O vazio se contorce dentro de mim, trazendo-me à realidade. Cedi mais uma vez, e um arrepio de saudade percorre meu corpo. Doloroso, porém familiar.

A saudade vicia. E a lembrança de um amor também.


Paula Braga.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Desabafo



Eu já não me importo com a tua crítica. Pode me chamar de boba, criança, ingênua, do que quiser; eu simplesmente não te dou ouvidos. Cansei de ser julgada, e agora vou gritar o meu interior pra quem quiser ouvir.
A quem me diz para não acreditar nas pessoas, que elas vão sempre me decepcionar, eu respondo: eu não consigo. Sou verdadeira até o último fio de cabelo, acabei me acostumando a isso, e prefiro enxergar o melhor de cada um.
A quem me diz para não perdoar, eu questiono: se orgulho não é da minha natureza, para que devo forçá-lo? Quando o arrependimento for verdadeiro, prefiro perdoar e dar uma segunda chance, pois ela pode acabar servindo também para mim.
E para quem me critica, eu digo: eu não me importo mais. Não vou fechar meu coração e virar uma pessoa amarga só porque a sociedade assim impõe. Quando eu amo, não tenho vergonha dizer. Faço o possível e o impossível pelos meus queridos, pois sem eles não sei viver. Não hesito em abraçar meus amigos toda vez que os vejo, nem deixo de dizer um ‘você é importante para mim’ sempre que quero. Quando brigo com alguém, vou atrás, não importando de quem é a culpa. Como já disse, orgulho não é meu forte.
Choro de saudade. Valorizo sorrisos. Sou apaixonada pelos meus amigos. Nada me faz mais feliz que um “eu te amo”. Meu coração é um livro aberto, e não me envergonho. Já perdi pessoas por isso, o que hoje não lamento. Apesar de tudo, sempre houve quem tivesse apreço pelo meu caráter, e são esses que merecem o meu carinho.
Faço minhas as palavras do grande Oswaldo Montenegro: “Porque metade de mim é amor, e a outra metade também”. Assumo quem sou na esperança de que outros se reconheçam nessas linhas, e que o mundo não se torne lar apenas de pessoas medíocres.

Paula Braga.