terça-feira, 15 de março de 2011

À Espera de Morfeu


Sabe aquele momento antes de dormir, em que você fica entregue aos próprios pensamentos à espera da subconsciência? Pois bem, cuidado com esse momento.
Talvez você possa sentir novamente aquele abraço, cheiro ou gosto. Ouvir de novo as promessas feitas sem qualquer garantia; todas quebradas.
Reviro-me na cama, na esperança de afastar as lembranças. Foco em outros pensamentos, no presente, no futuro... Em tudo, menos em você. Inútil, e só me resta a constatação do nosso fato: não estamos mais juntos, nem ficaremos.
Como um escape, tento imaginar como seria se voltássemos, hoje. Um alívio, sim, pois sei que não daria certo, o que ameniza a dor da separação. Já não sou tão ingênua e apaixonada como antes, e você não é mais o companheiro e carinhoso de outrora. Eu optei por querer descobrir a vida, enquanto você se trancou no próprio mundinho. Caminhos diferentes, e cada vez mais distantes.
Nesse ponto, a lucidez vai me escapando. Morfeu se aproxima, posso senti-lo a pressionar minhas pálpebras. Cederei, pois, aos seus domínios, na esperança de que os sonhos aliviem a minha realidade solitária.

Paula Braga.

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