quarta-feira, 20 de agosto de 2014

À deriva

O sol me seca a boca
Quando a vista
Avista
Conhecida silhueta no mar.

Desliza vagarosa, fantasma na areia
Um sopro meu poderia repelir
Lança-se sorrateira figura na água
De onde bem longe deveria estar.

O conflito entre o desejo
De que fosse, e o medo
De que pudesse ser.
Na dúvida, esfreguei o olhar.

O corpo agora boiava
Inerte na vaga das ondas
Mas, sob aquele sol causticante
Era eu quem estava à deriva.

Mas, não mais
Prestes a com ela
Me afogar.

Paula Braga.

Nenhum comentário:

Postar um comentário