sábado, 5 de fevereiro de 2011

Imortalidade


Não há palavras suficientes para expressar o que se passa em mim.
Poucas vezes me senti tão completa como agora. O que é um paradoxo, já que poucas vezes estive tão sozinha, fisicamente falando. Não quero parecer altruísta nem nada do tipo, mas o fato é que a felicidade alheia me contagia, invadindo-me de tal maneira que se torna a minha própria alegria.
Sim, há a saudade. Tão real que chega a ser tangível, sufocando-me e atormentando-me a cada segundo, a cada fragmento cotidiano que lembre aqueles que tanto amo, e que já não fazem parte da minha rotina. Parando para analisar a real situação, eu deveria lamentar os rumos diferentes das nossas vidas, a distância cada dia maior entre os nossos futuros. Mas não, eu não lamento. Sei que sempre estarei guardada em vossos corações, seja por risos, lágrimas ou convivências. Sei que foi verdadeiro, e maravilhoso o suficiente para me emocionar sempre que teimo em sucumbir às lembranças.
O que me mantém feliz, sobretudo, é o fato de amar vocês. Amá-los muito, com toda a minha força e o meu coração. Perdão se insisto em dizê-lo o tempo todo, repetir incansavelmente o que representam para mim, mas é o meu jeito de conservar vivo o que se passa entre nós. Uma maneira que encontrei de imortalizar nosso sentimento.
E vê-los bem-encaminhados é um bálsamo. Saber que, mesmo que pouco, participei na construção do que são hoje, me dá a sensação de dever cumprido. Minhas advogadas, biotecnólogas, pedagogas, psicólogas, agrônomas, biólogas... É, vocês me matam de orgulho. E não só por isso, mas por terem me permitido acompanhar o desabrochar das suas vidas.


Paula Braga.

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