O que me
sobra é o verso
Quando se
vão dores, alegrias,
Pessoas,
promessas, feridas.
Quando tudo se
faz ausente,
Resta-me
apenas o verso.
Pinta-se por
mãos exaustas
Juradas de
não mais bordar
Na seda do
ser
Tais
verdades abomináveis.
Caio em mim,
desgraçada em solidão.
Cá
está, é o que me resta
Sozinho, o verso
Seco de tão
chorado
Odiado de
tão remoído
Inibido de
tão evitado.
Eis aqui, curioso leitor, o sintoma de meu câncer
Veja que não
é sem causa que parto
E me calo, e
me despeço
E me
despedaço
Pois é no verso que me mostro em dor.
Uaaau, me surpreendeu!
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