segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Derradeiro

Exatos três anos e dois meses. Mais de 11000 visualizações. 74 textos postados. Mais de 74 histórias nas entrelinhas. Infinitas emoções descritas. E duas paixões intensamente vividas nesses 1157 dias: pessoas e palavras. Essa é a minha Lua, que há tanto vem desenhando seus sentimentos despudoradamente nesse tão querido (e, a partir de hoje, saudoso) blog.
Esse é sobre um fim. Mais um. O próprio.
Algumas coisas simplesmente não são possíveis de serem descritas. As palavras, tão amadas, não são mais amigas. Na verdade, hoje eu temo o poder que elas exercem sobre mim, como se me mantivessem numa frequência de sentimentos acima do saudável. É ter que conviver com a própria cabeça lhe sabotando, repetindo incansavelmente aquilo que você gostaria de simplesmente não ter que sentir, tampouco ter que encarar através da palavra escrita.
Apesar de toda essa frequente turbulência de sentimentos, ainda assim, refleti bastante antes de decidir por efetivamente deixá-la, a Lua. Fosse porque ela também me fez muito feliz, ao me elevar emocionalmente através de suas palavras doces, fosse porque ela me consolou quando nem eu mesma entendia o que estava sentindo. Mas ela também se mostrou cruel pela sua sinceridade. O que me fez ver e sentir era, quando não maravilhosamente precioso, dolorosamente errado, e foi pelo desleal excesso destes que hoje eu lhe trago o último ponto final.
Perdão, Lua. Perdão por, depois desses anos todos, deixar-te. Que o silêncio não torne menos verdadeira cada palavra aqui guardada, e que a partida não te faça uma mágoa no coração daqueles para os quais você escreveu. Nós escrevemos. Eu escrevi. Que cada texto seja agora um testemunho de que não foi menos verídico só porque silenciou. Mas silenciou. E em silêncio permaneceremos, numa frequência menos intensa de narrar a vida. E de senti-la.
Deixo aqui o nosso último ponto final. O derradeiro choro da Lua.

Paula Braga. 

2 comentários:

  1. "Que cada texto seja agora um testemunho de que não foi menos verídico só porque silenciou. "
    Que lindo Paula, apesar de descrever o fim.
    Algumas despedidas são necessárias e acredito, que nos resta agradecer pela existência desses três anos e dois meses de Lágrimas da Lua.

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