Exatos três anos e dois meses. Mais
de 11000 visualizações. 74 textos postados. Mais de 74 histórias nas
entrelinhas. Infinitas emoções descritas. E duas paixões intensamente vividas
nesses 1157 dias: pessoas e palavras. Essa é a minha Lua, que há tanto vem
desenhando seus sentimentos despudoradamente nesse tão querido (e, a partir de
hoje, saudoso) blog.
Esse é sobre um fim. Mais um. O
próprio.
Algumas coisas simplesmente não
são possíveis de serem descritas. As palavras, tão amadas, não são mais amigas. Na verdade, hoje eu temo o poder que elas exercem sobre mim, como se me
mantivessem numa frequência de sentimentos acima do saudável. É ter que
conviver com a própria cabeça lhe sabotando, repetindo incansavelmente aquilo que
você gostaria de simplesmente não ter que sentir, tampouco ter que encarar
através da palavra escrita.
Apesar de toda essa frequente turbulência
de sentimentos, ainda assim, refleti bastante antes de decidir por efetivamente
deixá-la, a Lua. Fosse porque ela também me fez muito feliz, ao me elevar
emocionalmente através de suas palavras doces, fosse porque ela me consolou
quando nem eu mesma entendia o que estava sentindo. Mas ela também se mostrou cruel
pela sua sinceridade. O que me fez ver e sentir era, quando não
maravilhosamente precioso, dolorosamente errado, e foi pelo desleal excesso
destes que hoje eu lhe trago o último ponto final.
Perdão, Lua. Perdão por, depois
desses anos todos, deixar-te. Que o silêncio não torne menos verdadeira cada
palavra aqui guardada, e que a partida não te faça uma mágoa no coração daqueles
para os quais você escreveu. Nós escrevemos. Eu escrevi. Que cada texto seja
agora um testemunho de que não foi menos verídico só porque silenciou. Mas
silenciou. E em silêncio permaneceremos, numa frequência menos intensa de
narrar a vida. E de senti-la.
Deixo aqui o nosso último ponto
final. O derradeiro choro da Lua.
Paula Braga.
"Que cada texto seja agora um testemunho de que não foi menos verídico só porque silenciou. "
ResponderExcluirQue lindo Paula, apesar de descrever o fim.
Algumas despedidas são necessárias e acredito, que nos resta agradecer pela existência desses três anos e dois meses de Lágrimas da Lua.
eu.. nao sabia.
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