domingo, 3 de outubro de 2010

Fascínio


 Ela o observava atentamente, enquanto cada célula do seu corpo agradecia por tê-lo consigo. Ela amava o seu sorriso tanto quanto a sua expressão durante o sono. Amava o seu falar tanto quanto o seu silêncio. Amava os cabelos despenteados, o cheiro, o desenho do rosto. Poderia passar o tempo que fosse e ela não perceberia, pois o lento subir e descer daquele adormecido e pálido abdômen consumia toda a sua atenção.
Tão perfeitamente maravilhoso... e estava ali, bem ao seu lado. Era quase inacreditável o fato de ser ela o seu amor. Era o seu sorriso que ele procurava, o seu carinho que o acalmava, as suas palavras que o fascinavam. Ele queria ela e somente ela, enquanto o seu coração batesse.
Algum sonho o agitou, e ele se aconchegou ainda mais perto. Continuava a dormir tão serenamente que ela sequer ousou se mexer. Mas, passado algum tempo, ele acordou. Ela sorriu, e ele retribuiu do jeito que sempre a fazia perder a razão. Passaram alguns segundos se fitando, até que, carinhosamente, ele a beijou. E assim permaneceram, envolvidos um pelo outro, enquanto os primeiros raios de sol iluminavam o seu enlace.

Paula Braga.

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